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Guimarães premiada por combate às alterações climáticas

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Decorre esta terça-feira em Paris, os CDP Awards Europe. A participar no evento está a cidade de Guimarães pela acção climática que tem vindo a desenvolver. Paulo Lopes Silva, Vereador da Cultura, Turismo e Transição Digital da Câmara Municipal de Guimarães sublinha tratar-se de “um reconhecimento das políticas de adaptação e de mitigação do município às alterações climáticas.” Guimarães volta a candidatar-se a Capital Verde Europeia 2026.

Decorre esta terça-feira em Paris, os CDP Awards Europe, prémios europeus da CDP que é uma uma organização internacional que opera na acção e transparência ambiental. CDP quer dizer Carbon Disclosure Project.

A participar no evento está a cidade de Guimarães, o concelho integra a Lista A do CDP pela acção climática que tem vindo a desenvolver.

Paulo Lopes Silva, Vereador da Cultura, Turismo e Transição Digital da Câmara Municipal de Guimarães sublinha que integrar a Lista A do CDP é “um reconhecimento daquilo que são as políticas de adaptação e de mitigação do município de Guimarães às alterações climáticas.” A Cidade volta este ano a candidatar-se a Capital Verde Europeia 2026.

RFI: O que é que significa integrar a lista A do CDP?

Paulo Lopes Silva, Câmara Municipal de Guimarães: Significa, acima de tudo, um reconhecimento daquilo que são as políticas de adaptação e de mitigação do município de Guimarães às alterações climáticas. Guimarães tem feito um caminho importante do ponto de vista das políticas de sustentabilidade ambiental e também da neutralidade climática. Sendo uma das 100 cidades europeias pela neutralidade climática que antecipou as suas metas de 2050 para 2030.

Este é o reconhecimento de todos esses indicadores, da política da transparência, com que comunicamos tudo aquilo que tem a ver com a nossa qualidade ambiental neste território, com as medidas de redução das emissões de carbono e depois de mitigação daquilo que são as alterações climáticas no nosso território.

Já não é a primeira vez que que Guimarães tem este reconhecimento, mas agora, nestas duas dimensões da adaptação e da mitigação, que mostra, de facto, que este compromisso do município de Guimarães é reconhecido pelas entidades internacionais como boas práticas e como um grande envolvimento não só do município, mas dos cidadãos e das empresas. É fundamental que todos estejam a bordo para haver sucesso nestas políticas.

É a única cidade portuguesa que integra este ranking. ?

Precisamente. Foram cerca de 900 candidatas, 119 neste nível, a única cidade portuguesa e, portanto, isso também é um sinal claro de que Guimarães, do ponto de vista nacional, em Portugal, está na vanguarda. Está no pelotão da frente deste combate às alterações climáticas.

E quando é que começou este trabalho “verde”, este trabalho climático por parte da autarquia?

Em 2013, houve uma mudança política, uma nova presidência, com o nosso Presidente Domingos Bragança a iniciar os seus mandatos na Câmara Municipal de Guimarães. E estabeleceu de imediato como prioridade a sustentabilidade ambiental, como a política transversal de todas as políticas públicas em Guimarães.

Guimarães tinha sido Capital Europeia da Cultura, Cidade Europeia do Desporto, portanto habituada a andar nos patamares europeus de exigência nas áreas políticas públicas em que se envolvia.

Na realidade, nesse momento houve uma mudança de paradigma, um grande investimento nesta área, focando naquilo que hoje, dez anos depois, se calhar é uma prioridade para muitos municípios, para muitos territórios, para muitos países. Mas há dez anos atrás era de facto uma grande convicção.

De imediato foi criada uma estrutura de missão Guimarães 2030, que funciona no fundo como um ecossistema de governança que é multidisciplinar e que vai a todas as áreas de actuação do município e que faz não só das políticas ambientais, mas como de todas as políticas públicas definidas pelo município esta pedra basilar da sustentabilidade ambiental. Muito ancorada também no trabalho desenvolvido pelo Laboratório da Paisagem, uma estrutura associativa do município de Guimarães, com a Universidade do Minho, a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, onde investimos cerca de 700.000 € ano em investigação e desenvolvimento na área das políticas ambientais e também num forte programa de políticas de educação ambiental directamente para as nossas escolas, para as crianças, mas também para o público mais mais velho, para chegarmos a todos com estas políticas de educação ambiental.

Esse é um percurso que temos estado a fazer de 2013 até agora, com duas candidaturas a Capital Verde Europeia, a última das quais no último ano, onde estivemos na fase final. Portanto, fomos um dos três finalistas ao prémio e com um relatório final do júri de uma avaliação que nos deixa com muita motivação e que nos fará, durante este ano, candidatar-nos novamente a Capital Verde Europeia.

Para estas políticas climáticas é sempre fundamental ter a participação da população. Como é que isso se consegue?

Houve duas grandes acções que eu julgo que são importantes para demonstrar aquilo que foi o envolvimento da população, da comunidade e dos vimaranenses neste objectivo.

A primeira teve a ver com o consenso político construído em torno desta opção estratégica pela sustentabilidade ambiental.

Guimarães, em 2017, fez aprovar um documento que foi subscrito por todas as Junta de Freguesia do concelho de Guimarães e são muitas, são 48, com freguesias e uniões de freguesias de diferentes sensibilidades políticas. Todas subscreveram este documento.

Depois a subscrição também de todos os partidos políticos com assento na Assembleia Municipal. Portanto, houve aqui um grande envolvimento e consenso político em torno do tema.

Para além disso, as políticas de educação ambiental de que falava são fundamentais para começar a criar esta sensibilização desde muito cedo, para que sejam as próprias crianças em casa a levarem até aos pais e aos avós estas preocupações.

Depois uma estratégia de criação também de Brigadas Verdes em todas as freguesias do concelho de Guimarães. E o que são estas Brigadas Verdes? São estruturas voluntárias onde os cidadãos se envolvem na preocupação com a preservação do meio ambiente, dos ecossistemas, do meio ambiental, da freguesia em que estão envolvidos. De facto, isso tem sido uma das grandes ferramentas para o envolvimento da comunidade nessa participação.

Depois há também vários momentos públicos e com diferentes iniciativas onde vamos envolvendo a comunidade em geral, como seja a Green Week, que é um dos grandes eventos anuais onde nós envolvemos a comunidade, ou no fim-de-semana passado, a Festa da Primavera, muito dirigida às famílias e este lado da educação ambiental, porque acreditamos mesmo que é através desta estratégia que conseguimos chegar a toda a população e envolvê-la neste desiderato.

Falando agora na Capital Verde Europeia 2026. Guimarães é candidata. Em que ponto é que está essa candidatura e para que é que serve ter este título?

Eu julgo que este título tem um lado que tem a ver com a questão anterior, ou seja, do envolvimento das pessoas. Quando nós trabalhamos com um objectivo na frente da meta, torna-se mais fácil o envolvimento da população para, no fundo, sabermos que estamos a trabalhar exactamente para aquele objectivo em concreto: sermos Capital Verde Europeia numa cidade que, como eu disse inicialmente, foi Capital Europeia da Cultura e Cidade Europeia do Desporto.

Estes títulos têm sido mobilizadores ao longo dos anos para que a comunidade se envolva nestas prioridades e nestes objectivos políticos - de alguma forma também o são - mas objectivos de comunidade que sejam sentidos por todos. E depois o facto de estarmos a falar de um prémio internacional com júris de elevada qualidade profissional, técnica, científica, funciona também como uma validação ao caminho que está a ser trilhado em termos de sustentabilidade ambiental.

Nós dizemos, desde a primeira candidatura, que mais importante do que a meta em si, é o caminho.

Mas o carimbo também ajuda?

Ajuda a acrescentar esse reconhecimento de um trabalho que é feito por inúmeras equipas, por todo esse ecossistema de governança que eu falava e que envolve também, toda a comunidade, todos os vimaranenses, todas as estruturas sociais e todas as empresas também, que são fundamentais neste objectivo.

E em que ponto é que está essa candidatura neste momento?

A candidatura vai ser submetida ainda no primeiro semestre deste ano. Estamos a trabalhar com base na candidatura do último ano, indo ao encontro daquilo que foram os pontos que entendemos que podemos ainda melhorar e acrescentando também mais informação sobre aquilo que são os dados que temos à data de hoje, de novas políticas que vamos concretizando e de novos objectivos em que nos vamos envolvendo.

A título de exemplo, Guimarães envolveu-se já no imediato na certificação do destino de Guimarães como turismo sustentável e, portanto, isso será uma das novidades a incluir na candidatura deste ano e estamos a trabalhar nela.

Os resultados serão conhecidos ainda este ano?

Serão conhecidos ainda este ano, exactamente, com a fase final a seguir ao Verão.

Com 2030 no horizonte e com o objectivo de atingir a neutralidade carbónica, o que é que já está no terreno para chegar daqui a seis anos a esse ponto?

É um grande desafio, não haja dúvida.

É um desafio transversal. Estamos a falar de economia, transportes, empresas e empresários e também da população. Envolve toda a gente, envolve.

Toda a gente, envolve todas as áreas de governação municipais e envolve muito mais do que as políticas públicas, envolve toda a sociedade e a economia da região.

O primeiro grande passo dado desde que fazemos parte dessa missão das 100 cidades. Foi a assinatura do pacto climático, onde envolvemos logo, nos primeiros meses desse pacto climático, a assinatura de mais de 100 entidades associativas e empresariais que decidiram assumir esse compromisso do pacto climático. No fundo, assumir que essas metas são não só um objectivo municipal, um objectivo da Câmara Municipal, mas são um objectivo de Guimarães e que querem contribuir para tal.

Se nós olharmos para aquilo que é a percentagem das emissões de carbono do concelho de Guimarães, percebemos que as políticas públicas a que consegue chegar o município de uma forma directa representa menos de 5% do impacto possível e, portanto, é fundamental que as empresas responsáveis pela grande maioria tenham exactamente o mesmo compromisso, estejam alinhadas com estas prioridades.

Depois, é um conjunto de outras práticas que temos vindo a seguir ao longo dos últimos anos. Guimarães, há dois anos que integrou uma nova rede pública de transportes públicos, com cerca de 50% dessa frota 100% eléctrica e reforçou em cerca de 40% o número de quilómetros que são cobertos por esta nova concessão, comparativamente com a concessão anterior. O objectivo fundamental é tirar carros das ruas e passarmos a utilizar mais o transporte público.

E, portanto, são nestas duas matérias em que nos temos que concentrar de uma forma mais decisiva e determinada, juntamente com outros projectos que temos em curso nesta fase da retirada do trânsito de algumas das vias da cidade, reduzindo assim a pegada no centro da cidade de Guimarães.

A política ambiental, mais do que europeia ou nacional, está nas mãos das autarquias?

Eu acho que estamos todos muito convencidos que as alterações políticas, sejam elas no ambiente ou noutras dimensões da nossa vida, estão cada vez mais nas cidades.

Nos últimos dez anos, cerca de 50% da população mundial migrou para cidades e, portanto, as grandes intervenções que podemos fazer são ao nível das cidades. E depois, com o progresso que está a ser feito do ponto de vista também das responsabilidades dos municípios, nós percebemos hoje que está na política das cidades o grande impacto que podemos ter em termos de políticas públicas.

Em termos de sustentabilidade ambiental, este facto ganha escala pelo facto de nós percebermos que as zonas mais rurais têm menos impacto do ponto de vista das alterações climáticas, do ponto de vista das emissões de carbono e, portanto, está precisamente nas cidades a chave para resolver este problema da mobilidade, da pegada carbónica que cada um de nós deixa, a pegada que é deixada também pelo sector empresarial, pelas indústrias e é exactamente aí que estará a chave para a alteração do paradigma nas políticas das cidades.

Quais são as grandes vulnerabilidades do concelho?

Nós falamos de um concelho que foi e é eminentemente industrial. Ao longo de muitos anos chegou a ter um dos rios mais poluídos da Europa e que há 30 anos levou a que fosse desenvolvido um plano para fazer o tratamento desse rio e dos resíduos dessas empresas.

Nós estamos ainda a pagar a pegada de todos esses anos de desenvolvimento em que as indústrias eram colocadas precisamente junto ao rio para que os restos da produção fossem levados pelas vias de água.

Hoje, felizmente, a realidade é absolutamente diferente desse ponto de vista, mas estamos ainda a fazer essa progressão.

Temos um desafio que é um desafio de todas as cidades, que tem a ver com a questão da mobilidade, da mudança, do paradigma da utilização do transporte individual para o transporte colectivo e abandonarmos as emissões que deixamos cada um de nós.

E depois, na mudança que está na mentalidade de cada um e de conseguirmos fazer a diferença com a acção de cada cidadão, nós conseguimos a transformação da acção global.

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Decorre esta terça-feira em Paris, os CDP Awards Europe. A participar no evento está a cidade de Guimarães pela acção climática que tem vindo a desenvolver. Paulo Lopes Silva, Vereador da Cultura, Turismo e Transição Digital da Câmara Municipal de Guimarães sublinha tratar-se de “um reconhecimento das políticas de adaptação e de mitigação do município às alterações climáticas.” Guimarães volta a candidatar-se a Capital Verde Europeia 2026.

Decorre esta terça-feira em Paris, os CDP Awards Europe, prémios europeus da CDP que é uma uma organização internacional que opera na acção e transparência ambiental. CDP quer dizer Carbon Disclosure Project.

A participar no evento está a cidade de Guimarães, o concelho integra a Lista A do CDP pela acção climática que tem vindo a desenvolver.

Paulo Lopes Silva, Vereador da Cultura, Turismo e Transição Digital da Câmara Municipal de Guimarães sublinha que integrar a Lista A do CDP é “um reconhecimento daquilo que são as políticas de adaptação e de mitigação do município de Guimarães às alterações climáticas.” A Cidade volta este ano a candidatar-se a Capital Verde Europeia 2026.

RFI: O que é que significa integrar a lista A do CDP?

Paulo Lopes Silva, Câmara Municipal de Guimarães: Significa, acima de tudo, um reconhecimento daquilo que são as políticas de adaptação e de mitigação do município de Guimarães às alterações climáticas. Guimarães tem feito um caminho importante do ponto de vista das políticas de sustentabilidade ambiental e também da neutralidade climática. Sendo uma das 100 cidades europeias pela neutralidade climática que antecipou as suas metas de 2050 para 2030.

Este é o reconhecimento de todos esses indicadores, da política da transparência, com que comunicamos tudo aquilo que tem a ver com a nossa qualidade ambiental neste território, com as medidas de redução das emissões de carbono e depois de mitigação daquilo que são as alterações climáticas no nosso território.

Já não é a primeira vez que que Guimarães tem este reconhecimento, mas agora, nestas duas dimensões da adaptação e da mitigação, que mostra, de facto, que este compromisso do município de Guimarães é reconhecido pelas entidades internacionais como boas práticas e como um grande envolvimento não só do município, mas dos cidadãos e das empresas. É fundamental que todos estejam a bordo para haver sucesso nestas políticas.

É a única cidade portuguesa que integra este ranking. ?

Precisamente. Foram cerca de 900 candidatas, 119 neste nível, a única cidade portuguesa e, portanto, isso também é um sinal claro de que Guimarães, do ponto de vista nacional, em Portugal, está na vanguarda. Está no pelotão da frente deste combate às alterações climáticas.

E quando é que começou este trabalho “verde”, este trabalho climático por parte da autarquia?

Em 2013, houve uma mudança política, uma nova presidência, com o nosso Presidente Domingos Bragança a iniciar os seus mandatos na Câmara Municipal de Guimarães. E estabeleceu de imediato como prioridade a sustentabilidade ambiental, como a política transversal de todas as políticas públicas em Guimarães.

Guimarães tinha sido Capital Europeia da Cultura, Cidade Europeia do Desporto, portanto habituada a andar nos patamares europeus de exigência nas áreas políticas públicas em que se envolvia.

Na realidade, nesse momento houve uma mudança de paradigma, um grande investimento nesta área, focando naquilo que hoje, dez anos depois, se calhar é uma prioridade para muitos municípios, para muitos territórios, para muitos países. Mas há dez anos atrás era de facto uma grande convicção.

De imediato foi criada uma estrutura de missão Guimarães 2030, que funciona no fundo como um ecossistema de governança que é multidisciplinar e que vai a todas as áreas de actuação do município e que faz não só das políticas ambientais, mas como de todas as políticas públicas definidas pelo município esta pedra basilar da sustentabilidade ambiental. Muito ancorada também no trabalho desenvolvido pelo Laboratório da Paisagem, uma estrutura associativa do município de Guimarães, com a Universidade do Minho, a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, onde investimos cerca de 700.000 € ano em investigação e desenvolvimento na área das políticas ambientais e também num forte programa de políticas de educação ambiental directamente para as nossas escolas, para as crianças, mas também para o público mais mais velho, para chegarmos a todos com estas políticas de educação ambiental.

Esse é um percurso que temos estado a fazer de 2013 até agora, com duas candidaturas a Capital Verde Europeia, a última das quais no último ano, onde estivemos na fase final. Portanto, fomos um dos três finalistas ao prémio e com um relatório final do júri de uma avaliação que nos deixa com muita motivação e que nos fará, durante este ano, candidatar-nos novamente a Capital Verde Europeia.

Para estas políticas climáticas é sempre fundamental ter a participação da população. Como é que isso se consegue?

Houve duas grandes acções que eu julgo que são importantes para demonstrar aquilo que foi o envolvimento da população, da comunidade e dos vimaranenses neste objectivo.

A primeira teve a ver com o consenso político construído em torno desta opção estratégica pela sustentabilidade ambiental.

Guimarães, em 2017, fez aprovar um documento que foi subscrito por todas as Junta de Freguesia do concelho de Guimarães e são muitas, são 48, com freguesias e uniões de freguesias de diferentes sensibilidades políticas. Todas subscreveram este documento.

Depois a subscrição também de todos os partidos políticos com assento na Assembleia Municipal. Portanto, houve aqui um grande envolvimento e consenso político em torno do tema.

Para além disso, as políticas de educação ambiental de que falava são fundamentais para começar a criar esta sensibilização desde muito cedo, para que sejam as próprias crianças em casa a levarem até aos pais e aos avós estas preocupações.

Depois uma estratégia de criação também de Brigadas Verdes em todas as freguesias do concelho de Guimarães. E o que são estas Brigadas Verdes? São estruturas voluntárias onde os cidadãos se envolvem na preocupação com a preservação do meio ambiente, dos ecossistemas, do meio ambiental, da freguesia em que estão envolvidos. De facto, isso tem sido uma das grandes ferramentas para o envolvimento da comunidade nessa participação.

Depois há também vários momentos públicos e com diferentes iniciativas onde vamos envolvendo a comunidade em geral, como seja a Green Week, que é um dos grandes eventos anuais onde nós envolvemos a comunidade, ou no fim-de-semana passado, a Festa da Primavera, muito dirigida às famílias e este lado da educação ambiental, porque acreditamos mesmo que é através desta estratégia que conseguimos chegar a toda a população e envolvê-la neste desiderato.

Falando agora na Capital Verde Europeia 2026. Guimarães é candidata. Em que ponto é que está essa candidatura e para que é que serve ter este título?

Eu julgo que este título tem um lado que tem a ver com a questão anterior, ou seja, do envolvimento das pessoas. Quando nós trabalhamos com um objectivo na frente da meta, torna-se mais fácil o envolvimento da população para, no fundo, sabermos que estamos a trabalhar exactamente para aquele objectivo em concreto: sermos Capital Verde Europeia numa cidade que, como eu disse inicialmente, foi Capital Europeia da Cultura e Cidade Europeia do Desporto.

Estes títulos têm sido mobilizadores ao longo dos anos para que a comunidade se envolva nestas prioridades e nestes objectivos políticos - de alguma forma também o são - mas objectivos de comunidade que sejam sentidos por todos. E depois o facto de estarmos a falar de um prémio internacional com júris de elevada qualidade profissional, técnica, científica, funciona também como uma validação ao caminho que está a ser trilhado em termos de sustentabilidade ambiental.

Nós dizemos, desde a primeira candidatura, que mais importante do que a meta em si, é o caminho.

Mas o carimbo também ajuda?

Ajuda a acrescentar esse reconhecimento de um trabalho que é feito por inúmeras equipas, por todo esse ecossistema de governança que eu falava e que envolve também, toda a comunidade, todos os vimaranenses, todas as estruturas sociais e todas as empresas também, que são fundamentais neste objectivo.

E em que ponto é que está essa candidatura neste momento?

A candidatura vai ser submetida ainda no primeiro semestre deste ano. Estamos a trabalhar com base na candidatura do último ano, indo ao encontro daquilo que foram os pontos que entendemos que podemos ainda melhorar e acrescentando também mais informação sobre aquilo que são os dados que temos à data de hoje, de novas políticas que vamos concretizando e de novos objectivos em que nos vamos envolvendo.

A título de exemplo, Guimarães envolveu-se já no imediato na certificação do destino de Guimarães como turismo sustentável e, portanto, isso será uma das novidades a incluir na candidatura deste ano e estamos a trabalhar nela.

Os resultados serão conhecidos ainda este ano?

Serão conhecidos ainda este ano, exactamente, com a fase final a seguir ao Verão.

Com 2030 no horizonte e com o objectivo de atingir a neutralidade carbónica, o que é que já está no terreno para chegar daqui a seis anos a esse ponto?

É um grande desafio, não haja dúvida.

É um desafio transversal. Estamos a falar de economia, transportes, empresas e empresários e também da população. Envolve toda a gente, envolve.

Toda a gente, envolve todas as áreas de governação municipais e envolve muito mais do que as políticas públicas, envolve toda a sociedade e a economia da região.

O primeiro grande passo dado desde que fazemos parte dessa missão das 100 cidades. Foi a assinatura do pacto climático, onde envolvemos logo, nos primeiros meses desse pacto climático, a assinatura de mais de 100 entidades associativas e empresariais que decidiram assumir esse compromisso do pacto climático. No fundo, assumir que essas metas são não só um objectivo municipal, um objectivo da Câmara Municipal, mas são um objectivo de Guimarães e que querem contribuir para tal.

Se nós olharmos para aquilo que é a percentagem das emissões de carbono do concelho de Guimarães, percebemos que as políticas públicas a que consegue chegar o município de uma forma directa representa menos de 5% do impacto possível e, portanto, é fundamental que as empresas responsáveis pela grande maioria tenham exactamente o mesmo compromisso, estejam alinhadas com estas prioridades.

Depois, é um conjunto de outras práticas que temos vindo a seguir ao longo dos últimos anos. Guimarães, há dois anos que integrou uma nova rede pública de transportes públicos, com cerca de 50% dessa frota 100% eléctrica e reforçou em cerca de 40% o número de quilómetros que são cobertos por esta nova concessão, comparativamente com a concessão anterior. O objectivo fundamental é tirar carros das ruas e passarmos a utilizar mais o transporte público.

E, portanto, são nestas duas matérias em que nos temos que concentrar de uma forma mais decisiva e determinada, juntamente com outros projectos que temos em curso nesta fase da retirada do trânsito de algumas das vias da cidade, reduzindo assim a pegada no centro da cidade de Guimarães.

A política ambiental, mais do que europeia ou nacional, está nas mãos das autarquias?

Eu acho que estamos todos muito convencidos que as alterações políticas, sejam elas no ambiente ou noutras dimensões da nossa vida, estão cada vez mais nas cidades.

Nos últimos dez anos, cerca de 50% da população mundial migrou para cidades e, portanto, as grandes intervenções que podemos fazer são ao nível das cidades. E depois, com o progresso que está a ser feito do ponto de vista também das responsabilidades dos municípios, nós percebemos hoje que está na política das cidades o grande impacto que podemos ter em termos de políticas públicas.

Em termos de sustentabilidade ambiental, este facto ganha escala pelo facto de nós percebermos que as zonas mais rurais têm menos impacto do ponto de vista das alterações climáticas, do ponto de vista das emissões de carbono e, portanto, está precisamente nas cidades a chave para resolver este problema da mobilidade, da pegada carbónica que cada um de nós deixa, a pegada que é deixada também pelo sector empresarial, pelas indústrias e é exactamente aí que estará a chave para a alteração do paradigma nas políticas das cidades.

Quais são as grandes vulnerabilidades do concelho?

Nós falamos de um concelho que foi e é eminentemente industrial. Ao longo de muitos anos chegou a ter um dos rios mais poluídos da Europa e que há 30 anos levou a que fosse desenvolvido um plano para fazer o tratamento desse rio e dos resíduos dessas empresas.

Nós estamos ainda a pagar a pegada de todos esses anos de desenvolvimento em que as indústrias eram colocadas precisamente junto ao rio para que os restos da produção fossem levados pelas vias de água.

Hoje, felizmente, a realidade é absolutamente diferente desse ponto de vista, mas estamos ainda a fazer essa progressão.

Temos um desafio que é um desafio de todas as cidades, que tem a ver com a questão da mobilidade, da mudança, do paradigma da utilização do transporte individual para o transporte colectivo e abandonarmos as emissões que deixamos cada um de nós.

E depois, na mudança que está na mentalidade de cada um e de conseguirmos fazer a diferença com a acção de cada cidadão, nós conseguimos a transformação da acção global.

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