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Brasileiras usam excedente de soja para melhorar nutrição na Bolívia

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A Bolívia está entre os dez maiores produtores mundiais de soja. Mas também ainda é um país carente de recursos, onde parte da população não tem acesso à alimentação adequada. Inspiradas em fazer a diferença, as empresárias brasileiras Flavia Cabral e Karina Cabral criaram há mais de 18 anos a Fundação Soya y Vida, radicada no departamento de Santa Cruz, no sudeste boliviano.

Por Elianah Jorge, correspondente da RFI na América Latina

Com este trabalho social elas apoiam mais de 5.000 pessoas por ano com doações de soja e de produtos derivados da oleaginosa. Marina Cabral, filha de uma das fundadoras e que também ajuda a levar adiante este sonho feito realidade, dá detalhes:

“Esse projeto surgiu quando as pessoas que fizeram a Fundação reconheceram a baixa nutrição das pessoas aqui na Bolívia. Pelo fato de a carne ser uma comida um pouco mais cara e a soja ser um grão com muita produção em território boliviano, principalmente aqui em Santa Cruz, ela é barata e tem bastante proteína”, conta.

“Então, em vez da pessoa comprar a carne, que é cara, ou então ela dar a soja para o porco comer e depois comer a carne do porco, ela pode consumir a soja diretamente e assim melhorar o consumo de proteína. E de uma forma que não é preciso gastar tanto para ter acesso à nutrição um pouco mais barata”, explica.

Programa brasileiro

Foi graças a um programa colocado em prática na década dos anos 1980 pela Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, que as Cabral decidiram fazer a diferença na terra que as recebeu, explica Flávia.

“A gente veio do Brasil e lá tem um trabalho muito interessante da Embrapa em eles se preocupavam em aproveitar os benefícios nutricionais da soja na alimentação. Chegando aqui, em conversa com as amigas, falamos sobre fazer alguma coisa. Começamos aos poucos com essas amigas. Os amigos que acreditavam na gente iam doando e assim íamos fazendo, e tudo foi crescendo.”

Seis anos após o início do projeto, as integrantes da família Cabral perceberam que o programa ganhava maior dimensão, parte delas graças às doações de voluntários. Era preciso ampliar e formalizar a estrutura, conta Flávia.

“Percebemos que para entrar em empresas para que elas fizessem doações - muita gente queria doar-, mas não tínhamos documentação. Então formalizamos a Fundação e fizemos tudo. Hoje em dia a gente recebe doações de multinacionais. O negócio cresceu muito mais do que a gente esperava”, continua.

Na Fundação boa parte dos membros ativos são brasileiros, perfil similar ao dos produtores de soja na Bolívia: muitos chegaram do Brasil, mas há também bolivianos e argentinos.

Entre os maiores produtores mundiais

A terra e o clima tropical do sudeste boliviano favorecem a produção da oleaginosa. No departamento de Santa Cruz estão 90% das plantações de soja do país.

Essa característica posiciona a Bolívia entre os dez maiores produtores mundiais de soja. Na região sul-americana, o país andino ocupa a quarta posição entre os semeadores do grão. A safra anual da soja gira em torno de 2,7 milhões de toneladas. Desse volume, 60% são exportados. A produção da soja gera mais de 110 mil empregos diretos e indiretos, e representa cerca de 6% do Produto Interno Bruto boliviano.

As integrantes da família Cabral estão entre os mais de 14 mil produtores de soja radicados em Santa Cruz.

Com o excedente da colheita a Fundação Soya y Vida, apoiada por outros produtores, faz a diferença nas mesas bolivianas.

“A Soya y Vida atende a mais de 5.000 pessoas, entre orfanato de crianças e adolescentes, hospitais, clubes de mães (que é algo onde mães do mesmo bairro se unem para a ajuda mútua), asilos, centros para pessoas com necessidades especiais... Então são mais de 12 toneladas de alimentos, seja em forma de leite, soja em grão ou em purê, e em 18 municípios diferentes”, enumera Marina, que é filha de Flávia.

O foco da Fundação Soya y Vida é melhorar a qualidade de vida da população carente através do consumo da soja. Para isso, se baseia em quatro pilares, explica Marina:

“A primeiro é a produção do leite de soja e do purê; a outra é a distribuição do purê, do leite e do grão; também ensinamos a usar a soja. O último é fazer o acompanhamento para saber se eles estão gostando e se estão usando (a soja) corretamente”.

Alto valor proteico

A soja tem alto valor proteico. De acordo com o Instituto Boliviano da Soja (IBS), o consumo de 100 gramas satisfaz cerca de 80% das necessitadas diárias de proteína.

De acordo com o Unicef, a desnutrição aguda na Bolívia é inferior a 5% da população, mas este número pode variar motivado pela crise alimentar ocasionada pela pandemia da covid-19.

“Pegamos essa soja, a transformamos no leite de soja e também usamos o resíduo após a extração do leite - que é tipo um purê de soja - e o doamos a pessoas de baixos recursos. Às vezes doamos o grão, às vezes o leite e o purê. Além disso oferecemos aulas de culinária para ensiná-los a introduzir a soja na alimentação diária, já que não é algo que se saiba consumir. Ensinamos a usar a soja para aportar mais proteína (na alimentação) dessas pessoas”, enumera Marina.

De acordo com dados do PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - até 2019 cerca de 37,2% da população boliviana vivia na pobreza.

As ações da Fundação Soya y Vida acontecem sobretudo em regiões carentes de Santa Cruz de la Sierra, cidade que é considerada a capital econômica da Bolívia.

“A gente ajuda sem distinção. Nosso objetivo e, doando a soja, melhorar a nutrição das pessoas. Porque, inclusive, a gente sabe que quanto menos instrução a pessoa tem, menos condição de fazer uma alimentação adequada”, cita Flávia.

A Soya y Vida conta com o reforço de peso de outros produtores da região. É graças a doações de toneladas de soja, feitas após a colheita anual de março, e aos aportes feitos em dinheiro que a Fundação leva adiante o plano de alimentação.

Flavia explica que “os doadores depositam ou em soja ou em dinheiro". "A gente precisa que a máquina (de moer a soja) funcione, a gente tem que pagar funcionários, impostos e todo esse tipo de coisas que custa: luz, água e etc. Então alguns pagam em grãos e outros pagam em dinheiro”.

Há pouco tempo a Soya y Vida passou a ser um braço da Associação dos Produtores de Oleaginosas, a Anapo. Por meio dessa parceria a Fundação consegue reduzir custos e armazenar em silos as toneladas de soja doadas.

“Nessa associação, a gente tem a nossa cozinha escola dentro de um dos silos da Anapo. Então quem doa em grãos envia para a associação onde temos a câmara fria para guardar a semente. Para o grão durar um ano, sem bichos, eles (a associação) têm toda essa estrutura de armazenamento para a gente puder fazer as doações”, detalha a fundadora.

Além da proteína, a soja tem alto teor de ferro, cálcio, zinco, potássio e vitamina E, o que demonstra o aporte nutricional do grão na alimentação. Para incentivar o consumo, sabendo que muitos ainda desconhecem o benefício da oleaginosa, Flavia descreve o que motiva as ações da Fundação:

“A nossa preocupação é introduzir a soja na receita da senhorinha que cozinha. Ela vai fazer a sopinha então a gente orienta: põe um pouquinho de soja que você está pondo proteína e melhorando a sua alimentação. Essa era a nossa preocupação. Aliás, sempre foi”.

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Por Elianah Jorge, correspondente da RFI na América Latina

Com este trabalho social elas apoiam mais de 5.000 pessoas por ano com doações de soja e de produtos derivados da oleaginosa. Marina Cabral, filha de uma das fundadoras e que também ajuda a levar adiante este sonho feito realidade, dá detalhes:

“Esse projeto surgiu quando as pessoas que fizeram a Fundação reconheceram a baixa nutrição das pessoas aqui na Bolívia. Pelo fato de a carne ser uma comida um pouco mais cara e a soja ser um grão com muita produção em território boliviano, principalmente aqui em Santa Cruz, ela é barata e tem bastante proteína”, conta.

“Então, em vez da pessoa comprar a carne, que é cara, ou então ela dar a soja para o porco comer e depois comer a carne do porco, ela pode consumir a soja diretamente e assim melhorar o consumo de proteína. E de uma forma que não é preciso gastar tanto para ter acesso à nutrição um pouco mais barata”, explica.

Programa brasileiro

Foi graças a um programa colocado em prática na década dos anos 1980 pela Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, que as Cabral decidiram fazer a diferença na terra que as recebeu, explica Flávia.

“A gente veio do Brasil e lá tem um trabalho muito interessante da Embrapa em eles se preocupavam em aproveitar os benefícios nutricionais da soja na alimentação. Chegando aqui, em conversa com as amigas, falamos sobre fazer alguma coisa. Começamos aos poucos com essas amigas. Os amigos que acreditavam na gente iam doando e assim íamos fazendo, e tudo foi crescendo.”

Seis anos após o início do projeto, as integrantes da família Cabral perceberam que o programa ganhava maior dimensão, parte delas graças às doações de voluntários. Era preciso ampliar e formalizar a estrutura, conta Flávia.

“Percebemos que para entrar em empresas para que elas fizessem doações - muita gente queria doar-, mas não tínhamos documentação. Então formalizamos a Fundação e fizemos tudo. Hoje em dia a gente recebe doações de multinacionais. O negócio cresceu muito mais do que a gente esperava”, continua.

Na Fundação boa parte dos membros ativos são brasileiros, perfil similar ao dos produtores de soja na Bolívia: muitos chegaram do Brasil, mas há também bolivianos e argentinos.

Entre os maiores produtores mundiais

A terra e o clima tropical do sudeste boliviano favorecem a produção da oleaginosa. No departamento de Santa Cruz estão 90% das plantações de soja do país.

Essa característica posiciona a Bolívia entre os dez maiores produtores mundiais de soja. Na região sul-americana, o país andino ocupa a quarta posição entre os semeadores do grão. A safra anual da soja gira em torno de 2,7 milhões de toneladas. Desse volume, 60% são exportados. A produção da soja gera mais de 110 mil empregos diretos e indiretos, e representa cerca de 6% do Produto Interno Bruto boliviano.

As integrantes da família Cabral estão entre os mais de 14 mil produtores de soja radicados em Santa Cruz.

Com o excedente da colheita a Fundação Soya y Vida, apoiada por outros produtores, faz a diferença nas mesas bolivianas.

“A Soya y Vida atende a mais de 5.000 pessoas, entre orfanato de crianças e adolescentes, hospitais, clubes de mães (que é algo onde mães do mesmo bairro se unem para a ajuda mútua), asilos, centros para pessoas com necessidades especiais... Então são mais de 12 toneladas de alimentos, seja em forma de leite, soja em grão ou em purê, e em 18 municípios diferentes”, enumera Marina, que é filha de Flávia.

O foco da Fundação Soya y Vida é melhorar a qualidade de vida da população carente através do consumo da soja. Para isso, se baseia em quatro pilares, explica Marina:

“A primeiro é a produção do leite de soja e do purê; a outra é a distribuição do purê, do leite e do grão; também ensinamos a usar a soja. O último é fazer o acompanhamento para saber se eles estão gostando e se estão usando (a soja) corretamente”.

Alto valor proteico

A soja tem alto valor proteico. De acordo com o Instituto Boliviano da Soja (IBS), o consumo de 100 gramas satisfaz cerca de 80% das necessitadas diárias de proteína.

De acordo com o Unicef, a desnutrição aguda na Bolívia é inferior a 5% da população, mas este número pode variar motivado pela crise alimentar ocasionada pela pandemia da covid-19.

“Pegamos essa soja, a transformamos no leite de soja e também usamos o resíduo após a extração do leite - que é tipo um purê de soja - e o doamos a pessoas de baixos recursos. Às vezes doamos o grão, às vezes o leite e o purê. Além disso oferecemos aulas de culinária para ensiná-los a introduzir a soja na alimentação diária, já que não é algo que se saiba consumir. Ensinamos a usar a soja para aportar mais proteína (na alimentação) dessas pessoas”, enumera Marina.

De acordo com dados do PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - até 2019 cerca de 37,2% da população boliviana vivia na pobreza.

As ações da Fundação Soya y Vida acontecem sobretudo em regiões carentes de Santa Cruz de la Sierra, cidade que é considerada a capital econômica da Bolívia.

“A gente ajuda sem distinção. Nosso objetivo e, doando a soja, melhorar a nutrição das pessoas. Porque, inclusive, a gente sabe que quanto menos instrução a pessoa tem, menos condição de fazer uma alimentação adequada”, cita Flávia.

A Soya y Vida conta com o reforço de peso de outros produtores da região. É graças a doações de toneladas de soja, feitas após a colheita anual de março, e aos aportes feitos em dinheiro que a Fundação leva adiante o plano de alimentação.

Flavia explica que “os doadores depositam ou em soja ou em dinheiro". "A gente precisa que a máquina (de moer a soja) funcione, a gente tem que pagar funcionários, impostos e todo esse tipo de coisas que custa: luz, água e etc. Então alguns pagam em grãos e outros pagam em dinheiro”.

Há pouco tempo a Soya y Vida passou a ser um braço da Associação dos Produtores de Oleaginosas, a Anapo. Por meio dessa parceria a Fundação consegue reduzir custos e armazenar em silos as toneladas de soja doadas.

“Nessa associação, a gente tem a nossa cozinha escola dentro de um dos silos da Anapo. Então quem doa em grãos envia para a associação onde temos a câmara fria para guardar a semente. Para o grão durar um ano, sem bichos, eles (a associação) têm toda essa estrutura de armazenamento para a gente puder fazer as doações”, detalha a fundadora.

Além da proteína, a soja tem alto teor de ferro, cálcio, zinco, potássio e vitamina E, o que demonstra o aporte nutricional do grão na alimentação. Para incentivar o consumo, sabendo que muitos ainda desconhecem o benefício da oleaginosa, Flavia descreve o que motiva as ações da Fundação:

“A nossa preocupação é introduzir a soja na receita da senhorinha que cozinha. Ela vai fazer a sopinha então a gente orienta: põe um pouquinho de soja que você está pondo proteína e melhorando a sua alimentação. Essa era a nossa preocupação. Aliás, sempre foi”.

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